sábado, 21 de maio de 2011

Caso 12 – Ínguas

Mabel, 17 anos, sexo feminino, branca, solteira, estudante do ensino médio, natural e procedente do Recife, queixa-se que há 1 semana apresenta febre (até 38,5oC), astenia, anorexia e dor de garganta. Há 4 dias vem notando tumorações em pescoço, dolorosas. Cria cães e gatos em casa. Está na 13ª semana de amenorréia. Ao exame físico, está afebril, normocorada. Apresenta hiperemia de orofaringe, hipertrofia de tonsilas, sem exsudato. Linfonodos palpáveis em cadeias cervical jugulo-carotídea de ambos os lados, submentonianas, axilares, de consistência elástica, medindo de 1,5 a 2 cm de diâmetro, pouco dolorosos à palpação. Linfonodos de cadeias epitrocleares palpáveis bilateralmente, com 1 cm de diâmetro, indolores.

10 comentários:

  1. Pessoal, no dia da abertura deste caso eu faltei por conta da reunião do estágio, por isso eu não sei as hipóteses diagnósticas que vcs colocaram. Então vou postas as minhas hipóteses, e o que tiver faltando vcs colocam depois. São elas: Mononucleose, Citomegalovírus (os dois pela presença de febre, dor de garganta e linfonodomegalia), Toxoplasmose (pela presença de febre, linfonodomegalia e pelo contato com gatos) e Gravidez (pela amenorréia). Então é isso... Depois eu posto mais.

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  2. Nossas hipóteses em sala foram bem parecidas, exceto pelo CMV..pensamos tb em HIV.

    Ficamos de estudar diagnóstico diferencial das linfadenopatias febris...

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  3. Acho interessante, além de toxoplasmose, a gente dar uma olhada na Doença da arranhadura do gato, cuja principal manifestação é a linfadenopatia!

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  4. Pensei de forma semelhante a Débora......
    Também achei importante a hipótese diagnóstica de toxoplasmose, tendo em vista o contato com gatos e sinais e sintomas referidos no caso!

    Li no Veronesi (Tratado de Infectologia) que a infecção aguda em pessoas imunocompetentes é geralmente assintomática. Entretanto, até 10% dos casos podem apresentar manifestações clínicas inespecíficas e autolimitadas que raramente necessitam de tratamento.


    Nossa paciente tem um importante comprometimento de cadeias de linfonodos. Na linfadenite toxoplasmática, a manifestação clínica mais típica é a presença de linfadenopatia cervical ou occipital isolada. a linfadenite localizada pode estar relacionada à porta de entrada durante a síndrome febril aguda.

    Vale ressaltar que o comprometimento dos linfonodos se deve aos taquizítos em reprodução!

    (Veronesi R. Tratado de Infectologia, 4a e., 2010)

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  5. Para confirmar a hípótese de toxoplasmose, devemos combinar as informações clínicas com os dados laboratoriais.

    Podemos, neste caso, solicitar testes sorológicos para pesquisa de anticorpos IgM (IFI, ELISA). Como regra geral, os anticorpos começam a ser detectados oito a dez dias de infeccção, atigindo títulos superiores a 1:1000 em poucas semanas.

    (Veronesi R. Tratado de Infectologia, 4a e., 2010)

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  6. Pessoal, desculpem mas só hoje eu estou com computador.
    Carol já comentou que um dos objetivos era linfoadenopatias febris.
    Além desse, temos toxoplasmose (côngenita e adquirida) e exames laboratoriais em caso de suspeita de toxoplasmose.
    Como é o que já estão comentando, acho que não prejudicou ninguém, né?
    Beijo!

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  7. Hemograma: Hemácias: 4,8 milhões/µL; Hb: 16,1 g/dL; Ht: 48 %. Leucócitos totais:12.000 /µL. Bastões:240; Segmentados:4680, Eosinófilos: 960; Linfócitos típicos: 4920; Linfócitos atípicos: 840; Monócitos: 360 Plaquetas 180.000/µL.
    AST: 78 UI/L; ALT: 90UI/L. Sorologias: HIV (Elisa I) : negativa. EBV (Elisa): anti EBV-VCA: IgG : positivo ; IgM : negativo. CMV (Elisa) : IgG : negativo; IgM : negativo.
    Toxoplasmose: IgM (Elisa - captura): 0,98 UI/mL Valores de referência: Não reagente: < 0,9 UI/mL Indeterminado: 0,9 – 1,1 UI/mL Reagente: > 1,1 UI/mL
    IgG (imunofluorometria): 2,3 UI/mL Valores de referência: Não reagente: < 2,0 UI/mL Indeterminado: 2,0 – 6,0 UI/mL Reagente: > 6,0 UI/mL
    Teste da avidez de IgG – toxoplasmose: < 30%.
    Dosagem de β-HCG: 7.500 mUI/mL.

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  8. Pois bem.....
    Como já foi comentado, a paciente está com toxoplasmose (IgM reagente pelo ELISA). Além disso, está grávida!!!!

    Agora é ver a conduta para toxoplasmose na gravidez.

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  9. Oi pessoal...desculpem a demora...meu computador tava com um problema no Windows teve q formatar de novo...pela 3ª vez =( não aguento +...enfim: Já percebi que fechamos o caso de Mabel né Toxo gravídica coitada então vamos tratar! Encontrei um artigo muito sobre Toxoplasmose na gestação: diagnóstico,tratamento e importância de protocolo clínico - Link: http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v7n4/a05v7n4.pdf. Diz o seguinte: Diante da gravidade da doença congênita, tornase fundamental o início do pré-natal no primeiro trimestre da gestação (Nossa paciente está no primeiro Trimestre mas não foi fazer pré-natal, para sua sorte a toxo foi bastante aguda - se é que esse termo pode ser dito- e a ajudou a começar o acompanhamento cedo!),possibilitando a identificação precoce dos casos agudos de toxoplasmose gestacional. Ao se diagnosticar precocemente, a realização do tratamento tem maiores chances de evitar ou reduzir seqüelas para o recém-nascido.O Ministério da Saúde preconiza que o tratamento seja feito através da administração de espiramicina, alternada
    ou não com sulfadiazina, pirimetamina e ácido
    folínico, dependendo do período gestacional e
    infecção fetal. Porém há uma recomendação para se fazer um teste chamado Teste de avidez que é feito com a na mesma amostra de sangue, em todos os casos em que o resultado de IgM for reagente ou indeterminado, é pertinente por reduzir a freqüência de falsos-positivos e evitar danos desnecessários à gestante, como preocupação com a transmissão da doença ao feto e uso desnecessário de medicamentos.
    Seria bom então antes de começar o TTO pedir ao Lab um teste de avidez para Mabel? Ou devemos começar logo a tratar para que o bebê não seja comprometido logo?
    Bem as doses são: Toxoplasmose em grávidas - no primeiro trimestre: 3 g por dia divididos em 3 ou 4 doses; segundo e terceiro trimestres: 25 a 50 mg de pirimetamina associados a 2 a 3 g de sulfadiazina e 5 mg de ácido folínico por dia, durante 3 semanas, alternando com 3 g de Espiramicina por dia, divididos em 3 ou 4 doses, durante 3 semanas.

    É isso...

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  10. Aline, eu li no Guia do Ministério - 2010 - que não pode usar Pirimetamina no primeiro trimestre da gestação, pois a droga é teratogênica. A minha dúvida é: arrisca-se fazer a droga já que ela "acabou de sair" do 1o trimestre? Eu realmente nao sei... Ah, se fosse no 3o trimestre, não podia fazer Sulfadiazina não, pelo risco de desenvolver kernicterus.
    Quanto ao teste de avidez, já foi feito (olha lá em cima, o professor postou junto aos outros exames). Eu achei assim no site de um laboratório:
    -Este teste baseia-se na crescente avidez que os anticorpos apresentam pelo antígeno ao longo do tempo. É um auxiliar valioso para o diagnóstico de infecção antiga: quando são encontrados anticorpos específicos da classe IgG com alta avidez (maior do que 60%), a infecção ocorrida já data de, pelo menos, 3 meses.

    -O resultado do teste com avidez baixa (menor do que 30%) sugere que a infecção seja recente, com menos de 3 meses, mas, em alguns casos, a avidez pode permanecer baixa por vários meses, o que impede uma interpretação segura.

    A fonte não é um artigo, mas achei simples e clara a explicação sobre o teste de avidez nesse site, didático pra nossa discussão.
    http://www.iacs.com.br/txt/inf124.htm

    Entãooo, a infecção de Mabel é recente e como ela tá grávida, o guia do Ministério recomenda o seguinte tto:
    Espiramicina 750 - 1000 mg VO 8/8h ou Clindamicina 600mg VO 6/6h
    * Não vi a duração do tto.

    Sim, e vi também que a infecção na gestação é geralmente assintomática e ela teve esse monte de coisas. A gente só tem resultado de Elisa 1 pra HIV. Não era bom pedir o 2 também não, pra ver se ela não tem HIV? Ou eu estou viajando?

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